segunda-feira, 31 de março de 2008

E o mês de Março foi mês de MARTHA...

Segredo para ninguêm, mas o mês de março recheei meu blog com textos, crônicas e poesia da Martha Medeiros em homenagem ao mês de comemoração do Dia da Mulher(08-03-08)
....adoro como essa artista-poeta toca em assuntos tão próximos de forma tão graciosa, simples, divertida e profunda!
E aqui deixo por ÚLTIMO O MEU TEXTO PREFERIDO escrito por Martha{ sim, o melhor por último, para finalizar ao estilo GRAN FINALE}.

Beijão..e até mês que vem....ABRAM ALAS....ABRIIIIIIIIL chegou!
=]
Fran.


"Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é acionado nem chega com hora marcada. Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável. Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um", duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável. Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto. Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. "E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém."



Martha Medeiros
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BE YOURSELF AND BE HAPPY WITH YOU ARE!

domingo, 30 de março de 2008

A Alegria na Tristeza

O título desse texto na verdade não é meu, e sim de um poema do uruguaio Mario Benedetti. No original, chama-se "Alegría de la tristeza" e está no livro "La vida ese paréntesis" que, até onde sei, permanece inédito no Brasil.

O poema diz que a gente pode entristecer-se por vários motivos ou por nenhum motivo aparente, a tristeza pode ser por nós mesmos ou pelas dores do mundo, pode advir de uma palavra ou de um gesto, mas que ela sempre aparece e devemos nos aprontar para recebê-la, porque existe uma alegria inesperada na tristeza, que vem do fato de ainda conseguirmos senti-la.

Pode parecer confuso mas é um alento. Olhe para o lado: estamos vivendo numa era em que pessoas matam em briga de trânsito, matam por um boné, matam para se divertir. Além disso, as pessoas estão sem dinheiro.

Quem tem emprego, segura. Quem não tem, procura. Os que possuem um amor desconfiam até da própria sombra, já que há muita oferta de sexo no mercado. E a gente corre pra caramba, é escravo do relógio, não consegue mais ficar deitado numa rede, lendo um livro, ouvindo música.

Há tanta coisa pra fazer que resta pouco tempo pra sentir.Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia.

Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora.Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta.

Fazer é muito barulhento.Sentir é um retiro, fazer é uma festa.

O sentir não pode ser escutado, apenas auscultado. Sentir e fazer, ambos são necessários, mas só o fazer rende grana, contatos, diplomas, convites, aquisições. Até parece que sentir não serve para subir na vida.Uma pessoa triste é evitada.
Não cabe no mundo da propaganda dos cremes dentais, dos pagodes, dos carnavais.

Tristeza parece praga, lepra, doença contagiosa, um estacionamento proibido. Ok, tristeza não faz realmente bem pra saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que melhor conversamos com nossos botões.

E dessa conversa sai luz, lições, sinais, e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova e revitalizada.

Triste é não sentir nada.





Martha Medeiros
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sábado, 29 de março de 2008

SENTIR. AMAR.

O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama.
Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.



Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.


A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?


Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.




Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. "Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho."
Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d'água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando?" Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. "Vem aqui, tira esse sapato."



Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido.

Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.




SENTIR-SE AMADO
Martha Medeiros





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sexta-feira, 28 de março de 2008

Atalhos


Quanto tempo a gente perde na vida?

Se somarmos todos os minutos jogados fora, perdemos anos inteiros.

Depois de nascer, a gente demora pra falar, demora pra caminhar, aí mais tarde demora pra entender certas coisas, demora pra dar o braço a torcer.

Viramos adolescentes teimosos e dramáticos.

Levamos um século para aceitar o fim de uma relação, e outro século para abrir a guarda para um novo amor, e já adultos demoramos para dizer a alguém o que sentimos, demoramos para perdoar um amigo, demoramos para tomar uma decisão.

Até que um dia a gente faz aniversário.

37 anos. Ou 41. Talvez 48.

Uma idade qualquer que esteja no meio do trajeto.

E a gente descobre que o tempo não pode continuar sendo desperdiçado.

Fazendo uma analogia com o futebol, é como se a gente estivesse com o jogo empatado no segundo tempo e ainda se desse ao luxo de atrasar a bola pro goleiro ou fazer tabelas desnecessárias. Que esbanjamento. Não falta muito pro jogo acabar. É preciso encontrar logo o caminho do gol. Sem muita frescura, sem muito desgaste, sem muito discurso.

Tudo o que a gente quer, depois de uma certa idade, é ir direto ao assunto.

Excetuando-se no sexo, onde a rapidez não é louvada, pra todo o resto é melhor atalhar.

E isso a gente só alcança com alguma vivência e maturidade.

Pessoas experientes já não cozinham em fogo brando, não esperam sentados, não ficam dando voltas e voltas, não necessitam percorrer todos os estágios.

Queimam etapas. Não desperdiçam mais nada.

Uma pessoa é sempre bruta com você? Não é obrigatório conviver com ela.

O cara está enrolando muito? Beije-o primeiro.

A resposta do emprego ainda não veio? Procure outro enquanto espera.

Paciência só para o que importa de verdade.


Paciência para ver a tarde cair. Paciência para sorver um cálice de vinho. Paciência para a música e para os livros. Paciência para escutar um amigo. Paciência para aquilo que vale nossa dedicação.


Pra enrolação, atalho.
Martha Medeiros
05 de julho de 2004
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quinta-feira, 27 de março de 2008

.J.A.M.A.I.S.

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" O que a gente não pode,nunca, de jeito nenhum, é amar mais ou menos,é sonhar mais ou menos,é ser amigo mais ou menos,é ter fé mais ou menos,é acreditar mais ou menos...Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa MAIS OU MENOS."

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=)

Strip-Tease

Chegou no apartamento dele por volta das seis da tarde e sentia um nervosismo fora do comum. Antes de entrar, pensou mais uma vez no que estava por fazer. Seria sua primeira vez. Já havia roído as unhas de ambas as mãos. Não podia mais voltar atrás.

Tocou a campainha e ele, ansioso do outro lado da porta, não levou mais do que dois segundos para atender.
Ele perguntou se ela queria beber alguma coisa, ela não quis. Ele perguntou se ela queria sentar, ela recusou. Ele perguntou o que poderia fazer por ela. A resposta: sem preliminares. Quero que você me escute, simplesmente.

Então ela começou a se despir como nunca havia feito antes.

Primeiro tirou a máscara: "Eu tenho feito de conta que você não me interessa muito, mas não é verdade. Você é a pessoa mais especial que já conheci. Não por ser bonito ou por pensar como eu sobre tantas coisas, mas por algo maior e mais profundo do que aparência e afinidade. Ser correspondida é o que menos me importa no momento: preciso dizer o que sinto".

Então ela desfez-se da arrogância: "Nem sei com que pernas cheguei até sua casa, achei que não teria coragem. Mas agora que estou aqui, preciso que você saiba que cada música que toca é com você que ouço, cada palavra que leio é com você que reparto, cada deslumbramento que tenho é com você que sinto. Você está entranhado no que sou, virou parte da minha história."

Era o pudor sendo desabotoado: "Eu beijo espelhos, abraço almofadas, faço carinho em mim mesma tendo você no pensamento, e mesmo quando as coisas que faço são menos importantes, como ler uma revista ou lavar uma meia, é em sua companhia que estou".

Retirava o medo: "Eu não sou melhor ou pior do que ninguém, sou apenas alguém que está aprendendo a lidar com o amor, sinto que ele existe, sinto que é forte e sinto que é aquilo que todos procuram. Encontrei".

Por fim, a última peça caía, deixando-a nua"Eu gostaria de viver com você, mas não foi por isso que vim. A intenção é unicamente deixá-lo saber que é amado e deixá-lo pensar a respeito, que amor não é coisa que se retribua de imediato, apenas para ser gentil. Se um dia eu for amada do mesmo modo por você, me avise que eu volto, e a gente recomeça de onde parou, paramos aqui".

E saiu do apartamento sentindo-se mais mulher do que nunca.

Martha Medeiros








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quarta-feira, 26 de março de 2008

Aos meus AMIGOS...


....porque vocês são a minha história, a minha vida, meu PRESENTE e meu futuro!
Por vocês e com vocês tudo vale a pena!

Amo daqui até o final dos tempos, de todos os tempos, de todas as Eras...

FanFan, Estrelinha, Boo, Francisquinha, Gorda, Amor...


Francis Olivia Figueiredo Campos

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Outro dia recebi pela internet aquele filmezinho que já rodou muito por aí, “Filtro solar”. A versão original até hoje me emociona. É tudo bastante simples, mas a voz segura do locutor americano, a ótima edição de imagens e a música vibrante — nada a ver com as músicas cafonas dos abomináveis power points — fazem com que o texto cresça também. Gosto especialmente da parte que diz que quanto mais você envelhece, mais precisa das pessoas que o conheceram na juventude.

Ainda estou a uma distância segura da decrepitude, mas já não sou garota e cada vez tenho mais consciência da importância do meu passado na construção de quem sou hoje, e portanto carrego minha folha corrida sempre comigo, não importa o quanto pese — e o passado sempre pesa.

Mas sem ele, quem somos? Valem nada nossas conquistas se não temos ao lado aqueles que testemunharam o quanto a gente batalhou pra chegar até aqui. E nossas derrotas só merecem ser choradas nos ombros daqueles que nos conhecem tão profundamente que sabem mais do que nós as razões da nossa dor. Quem nos conheceu ontem, não consegue perceber a verdadeira dimensão do que nos comove.

Amigos novos são bem-vindos, trazem frescor à nossa vida, mas há certos momentos em que precisamos de um espelho humano, alguém em quem possamos nos refletir e avalizar nossa origem e identidade. Estes espelhos geralmente são nossos pais, irmãos e os "velhos amigos", mas pode ser também uma fruta que você colhia no pátio da casa da sua infância, pode ser um fusca que você não tem coragem de vender, pode ser um anel que foi da sua avó e que hoje está no dedo da sua filha. Pode ser qualquer coisa que te leve pra trás e te traga de volta, assegurando quem você é — e sempre foi.

Apesar deste papo meio poético, tudo isso me veio à cabeça não por causa de uma lembrança terna, mas de uma lembrança selvagem: foi escutando o novo disco dos Rolling Stones que cheguei até este tema. Os velhinhos continuam possantes, parece que as últimas décadas não passaram pra ninguém, me vi ainda solteira, no meu quarto, escutando “Tatoo You”, disco de 1981, e agora ouço o vigoroso “A bigger bang” e parece que foi ontem, e é hoje, e seguimos os mesmos.


Vínculos. Um conforto para o que nos amedronta tanto, que é a passagem do tempo.

VÍNCULOS
Martha Medeiros.






My Life...

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terça-feira, 25 de março de 2008

Hurts...so bad...=(

A Dor que Dói mais!

]que dói muito =(....[




Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.

Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Dóem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o escritório e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua pintando o cabelo de vermelho. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango assado, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua surfando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber se ele está com outra, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ela está feliz, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim, doer.



Martha Medeiros.




SAUDADE

=(


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segunda-feira, 24 de março de 2008

É o JEITO... né!?!?!!...

Não é pelo fato de ser {ou não ser...} surfista.

É pelo JEITO!...Singular de SER!

Que faz brotar calor, arrepios,tremedeiras, emoções e borboletas no estômago..milhareees delas!...dificil explicar




O JEITO DELES


O que é que faz a gente se apaixonar por alguém?
Mistério misterioso.
Não é só porque ele é esportista, não é só porque ela é linda, pois há esportistas sem cérebro e lindas idem, e você, que tem um, não vai querer saber de descerebrados.
Mas também não basta ser inteligente, por mais que a inteligência esteja bem cotada no mercado. Tem que ser inteligente e... algo mais.

O que é este algo mais? Mistério decifrado: é o jeito.

A gente se apaixona pelo jeito da pessoa. Não é porque ele cita Camões, não é porque ela tem olhos azuis: é o jeito dele de dizer versos em voz alta como se ele mesmo os tivesse escrito pra nós; é o jeito dela de piscar demorado seus lindos olhos azuis, como se estivesse em câmera lenta.
O jeito de caminhar. O jeito de usar a camisa pra fora das calças. O jeito de passar a mão no cabelo. O jeito de suspirar no final das frases. O jeito de beijar. O jeito de sorrir. Vá tentar explicar isso.
Pelo meu primeiro namorado, me apaixonei porque ele tinha um jeito de estar nas festas parecendo que não estava, era como se só eu o estivesse enxergando. O segundo namorado me fisgou porque tinha um jeito de morder palitos de fósforo que me deixava louca – ok, pode rir. Ele era um cara sofisticado, e por isso mesmo eu vibrava quando baixava nele um caminhoneiro. O terceiro namorado tinha um jeito de olhar que parecia que despia a gente:não as roupas da gente, mas a alma da gente. Logo vi que eu jamais conseguiria esconder algum segredo dele, era como se ele me conhecesse antes mesmo de eu nascer. Por precaução, resolvi casar com o sujeito e mantê-lo por perto.
E teve aqueles que não viraram namorados também por causa do jeito: do jeito vulgar de falar, do jeito de rir – sempre alto demais e por coisas totalmente sem graça –, do jeito rude de tratar os garçons, do jeito mauricinho de se vestir: nunca um desleixo, sempre engomado e perfumado, até na beira da praia. Nenhum defeito nisso. Pode até ser que eu tenha perdido os caras mais sensacionais do universo.

Mas o cara mais sensacional do universo e a mulher mais fantástica do planeta nunca irão conquistar você, a não ser que tenham um jeito de ser que você não consiga explicar. Porque esses jeitos que nos encantam não se explicam mesmo.

Martha Medeiros


SAUDADE

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sexta-feira, 21 de março de 2008

São as águas de março fechando o verão ...

...É a promessa de vida no teu coração!

{É o Outono chegando com a promessa, com a esperança, com a renovação da VIDA!}

Obaaa...gosto muiito tambêm!!!


É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã, É um belo horizonte, é uma febre terçã

... É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando É a luz da manhã, é o tijolo chegando É a lenha, é o dia, é o fim da picada
...
É o mistério profundo, é o queira ou não queira É o vento ventando, é o fim da ladeira É a viga, é o vão, festa da cumeeira É a chuva chovendo, é conversa ribeira Das águas de março, é o fim da canseira
. . .
São as águas de março fechando o verão É a promessa de vida no teu coração .

Afinal....OUTONO tambêm é Vida....é um inicio de renovação da vida...de toda vida!



Alegrai-vos pois então...
=)
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
Pau, pedra, fim, minho
Resto, toco, oco, inho
Aco, vidro, vida, ó, côtche, oste, ace, jó

ESSA É PARA OS HOMENS...


GRANDES E PEQUENAS MULHERES
Martha Medeiros


Há mulheres de todos os gêneros. Histéricas, batalhadoras, frescas, profissionais, chatas, inteligentes, gostosas, parasitas, sensacionais. Mulheres de origens diversas, de idades várias, mulheres de posses ou de grana curta. Mulheres de tudo quanto é jeito. Mas se eu fosse homem prestaria atenção apenas num quesito: se a mulher é do tipo que puxa pra cima ou se é do tipo que empurra pra baixo.
Dizem que por trás de todo grande homem existe uma grande mulher. Meia-verdade. Ele pode ser grande estando sozinho também. Mas com uma mulher xarope ele não vai chegar a lugar algum.
Mulher que puxa pra cima é mulher que aposta nas decisões do cara, que não fica telefonando pro escritório toda hora, que tem a profissão dela, que o apóia quando ele diz que vai pedir demissão por questões éticas e que confia que vai dar tudo certo. Mulher que empurra pra baixo é a que põe minhoca na cabeça dele sobre os seus colegas, a que tem acessos de carência bem na hora que ele tem que entrar numa reunião, a que não avaliza nenhuma mudança que ele propõe, a que quer manter tudo como está.
Mulher que puxa pra cima é a que dá uns toques na hora de ele se vestir, a que não perturba com questões menores, a que incentiva o marido a procurar os amigos, a que separa matérias de revista que possam interessá-lo, a que indica livros, a que faz amor com vontade.
Mulher que empurra pra baixo é a que reclama do salário dele, a que não acredita que ele tenha taco pra assumir uma promoção, a que acha que viajar é despesa e não investimento, a que tem ciúmes da secretária. Mulher que puxa pra cima é a que dá conselhos e não palpite, a que acompanha nas festas e nas roubadas, a que tem bom humor.
Mulher que empurra pra baixo é a que debocha dos defeitos dele em rodinhas de amigos e que não acredita que ele vá mais longe do que já foi.
Se por trás de todo grande homem existe uma grande mulher, então vale o inverso também: por trás de um pequeno homem talvez exista uma mulherzinha de nada.

22 de novembro de 2004

terça-feira, 18 de março de 2008

.E.L.A.S.

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Belas, singelas, donzelas,
Sem elas o mundo não vai pra nenhum lugar.
Santas, rainhas, meninas,
Com elas o mundo aprendeu a girar.
Do mistério à criação
Do desejo à compaixão

Elas...Agora é que são elas

Cinderela, Rapunzel,
A tinta que dá sentido ao papel
O pincel, aquarela
E a mão que assina a pintura na tela
Loucas Varridas, mimadas,
Sem elas o mundo é sem rumo e sem direção.
Lindas, Espertas, Dengosas,
Pancadas de chuva sem previsão.
Do mistério à criação
Do desejo à compaixão

Elas...Agora é que são elas

Cinderela, Rapunzel,
A tinta que dá sentido ao papel
O pincel, aquarela
E a mão que assina a pintura na tela
Manas, insanas, ciganas,
Sem elas o nosso pecado não tem perdão.
Divas, benditas,
Sagradas barrigas gerando a multiplicação.


AGORA QUE SÃO ELAS
Lenine

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domingo, 16 de março de 2008

PEDAÇO DE MIM

...ou seria um pedacinho de todas nós mulheres???...


Eu sou feita de
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos

Sou feita de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão

Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci

Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante


Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas

Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir,para não enfrentar
sorri para não chorar

Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei

Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo

Mas continuo vivendo e aprendendo.


Martha Medeiros.


A minhas mulheres...

sexta-feira, 14 de março de 2008

**^^**...Cardápio da Alma ...**^^**

Arroz, feijão, bife, ovo. Isso nós temos no prato, é a fonte de energia que nos faz levantar de manhã e sair para trabalhar. Nossa meta primeira é a sobrevivência do corpo.

Mas como anda a dieta da alma?

Outro dia, no meio da tarde, senti uma fome me revirando por dentro. Uma fome que me deixou melancólica. Me dei conta de que estava indo pouco ao cinema, conversando pouco com as pessoas, e senti uma abstinência de viajar que me deixou até meio tonta. Minha geladeira, afortunadamente, está cheia, e ando até um pouco acima do meu peso ideal, mas me senti desnutrida.
Você já se sentiu assim também, precisando se alimentar? Revista, jornal, internet, isso tudo nos informa, nos situa no mundo, mas não sacia. A informação entra dentro da casa da gente em doses cavalares e nos encontra passivos, a gente apenas seleciona o que nos interessa e despreza o resto, e nem levantamos da cadeira neste processo.
Para alimentar a alma, é obrigatório sair de casa. Sair à caça. Perseguir. Se não há silêncio a sua volta, cace o silêncio onde ele se esconde, pegue uma estradinha de terra batida, visite um sítio, uma cachoeira, ou vá para a beira da praia, o litoral é bonito nesta época, tem uma luz diferente, o mar parece maior, há menos gente.
Cace o afeto, procure quem você gosta de verdade, tire férias de rancores e mágoas, abrace forte, sorria, permita que lhe cacem também. Cace a liberdade que anda tão rara, liberdade de pensamento, de atitudes, vá ao encontro de tudo que não tem regras, patrulha, horários. Cace o amanhã, o novo, o que ainda não foi contaminado por críticas, modismos, conceitos, vá atrás do que é surpreendente, o que se expande na sua frente, o que lhe provoca prazer de olhar, sentir, sorver. Entre numa galeria de arte. Vá assistir a um filme de um diretor que não conhece. Olhe para sua cidade com olhos de estrangeiro, como se você fosse um turista.

Abra portas. E páginas.

Arroz, feijão, bife, ovo. Isso me mantém de pé, mas não acaba com meu cansaço diante de uma vida que, se eu me descuido, torna-se repetitiva, monótona, entediante. Mas nada de descuido. Vou me entupir de calorias na alma. Há fartas sugestões no cardápio. Quero engordar no lugar certo. O ritmo dos dias é tão intenso que às vezes a gente esquece de se alimentar direito.

Marta Medeiros
06 de setembro de 2004




segunda-feira, 10 de março de 2008

Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiii que saudades da minha MAGRELA!

DIA 10 de Março_DIA DO CICLISTA

Eu queroooo uma iguaaaaaaaaaaaal!!!
=)
ihihihi......Linda em todos os sentidos!



ECOLOGICAMENTE CORRETOS

Uma luz {VERDE} no fim do túnel
(A green Light at the end of the tunel)

Filtra enquanto transporta.Vencendor do concurso de protótipos realizado pela merca de bicicletas Specialized, o Aquaduct foi criado para ser usado em regiões carentes, com problemas de abasteciemnto de água. Por meio de um conjunto de bombas e filtro ligado ao pedal da bicicleta, a água armazenada na parte traseira do veículo é filtrada e levada até o reservatório na parte frontal, ao longo do percurso e "a base de pedaladas.

www.specialized.com

VEJA COMO FUNCIONA

http://www.youtube.com/watch?v=-U-mvfjyiao

Outra matéria bem legal...

"BIKEBOYS DISPENSAM GASOLINA, BARULHO E POLUIÇÃO"

Eles são mais silenciosos, nâo poluem o ar e ainda cobram mais barato. São os bikeboys, alternativa cada vez mais presentes nas ruas de grandes cidades para a entrega rápida de encomendas. Em vez das tão criticadas motos, os entregadores utilizam bicicletas. Com um custo 30% menos do que o de um motoboy, eles ainda têm a fama de mais cuidadosos com as encomendas. E isso não significa mais lentidão nas entregas. Em setembro de 2007, nas comemorações do Dia Mundial Sem Carro, em São Paulo, foi proposto um desafio-quem chegaria primeiro percorrendo um trajeto que ia da praça General Gentil Falcão, na zona sul, à sede da prefeitura, na região central, em plena hora do rush: um carro, uma moto ou uma bicicleta? Deu bicicleta, que percorreu o percurso de 10 km em 24 minutos. A moto chegou 20 minutos depois. Trabalhando a três anos como bikeboy, Osvaldo Chiarotto é um ciclista competidor. Chega a fazer 120 km em um dia de trabalho, quase o triplo do percurso da sua última competição, a Copa Sundown. Para ele os bikeboys ainda precisam vencer alguns desafios. "Existe muito preconceito dos motoristas. Se deixar, passam por cima de bicicleta" afirma.Segundo o sindicato dos mensageiros e motociclistas do Estado de São Paulo, existem cerca de mil ciclistas entregadores circulando pela capital paulista-prova que, alêm de ecologicamente correta, a profissão está em plena ascensão.

http://entregadoresdebicicleta.zip.net/

Noticias como está tornam meu dia mais lindo e feliz!

VAMOS VALORIZAR O QUE OS POUCOS, MAS MUITO SIGNIFICATIVOS TÊM FEITO EM FAVOR DO NOSSO PLANETA AZULZINHO!

GOD BLESS YOU GUYS!

Kisses

Fran

p.s.: quero a minha minha bike de voltaaaa...quero outraaa

=(

"MANHEEEEEE!!!...não esqueça da minha Caloi"....hehehehe

=D



sábado, 8 de março de 2008

Dia Internacional da Mulher



"Mulher é coração.
É emoção que vai além da razão.
É vida que dá vida.
É força e delicadeza na mais perfeita harmonia.
Mulher é amor intenso e incondicional.
É mãe, a irmã, a tia, a esposa, a amiga, a profissional mais delicada.
Mulher é única mesmo quando se divide em muitas."


PARABÊNS a todas as Mulheres...especialmente a minhas Mulheres, Amigas, Primas e Irmãs!
Amo todas assim como eu amo a mim mesma!

Fran

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Eitaaa...quando eu crescer quero ser igualzinha a ela....
hehhehe...
=D
A VIDA COMEÇA AOS 70 ANOS

Aos 77 anos, dona Fusae surfa, voa e anda de skate.


Era 1993 quando a família de Fusae Uramoto aportou em Santos, litoral de São Paulo. Pai, mãe e filhos vieram do Japão em busca de trabalho nas fazendas de café de Ribeirão Preto. Fusae tinha apenas 3 anos e lembra das primeiras dificuldades: duas irmãs morreram de coqueluche. Na roça a menina cresceu. Foi lavradora, locutora de rádio, comerciante. Casou-se teve um filho. Fez de tudo um pouco, sempre sonhando ver de novo o mar que a trouxe ao Brasil. Com o marido doente, voltou a cidade que desembarcou. Na praia, vendeu pastel e, entre uma fritura e outra, namorava o balanço das ondas. De tanto observar os surfistas, decidiu ser um deles. Aos 72 anos. Dona Fusae começou em uma prancha pequena, o bodyboard. Depois, optou por vôos maiores. Hoje, sempre que dá onda, se equilibra numa longboard. O marido espera em casa, preparando o almoço.
Por falar em vôos, ao completar 77 anos, ela escolheu uma comemoração particular: ver o mar- só que, desta vez, de cima. Nasceu ali a paixão pelo vôo livre. E ela não parou por ai. O ano novo trouxe novos planos. Agora dona Fusae aprende a andar de skate com um professor 60 anos mais jovem.
Com equipamento de segurança e coragem, diz que a emoção de deslizar sobre rodinhas é impossível descrever: “É tanta alegria que só sei explicar em japonês, em português não tenho palavras”.
(Lais Duarte)

Fonte: BRASIL- almanaque de cultura popular_Ano9_ Nº107
Março 2008, pg. 08.

sexta-feira, 7 de março de 2008

..*¨*¨¨*...Interrompendo as Buscas...*¨¨*¨*..

Muito interessante...
Um espelho da alma feminina...
Verdadeiro & Lindo...
Parou a minha mente...e transformou!
Leia!
(o trecho em rosa??....deixo a seu critério...o meu critério? já tenho =)



ASSISTINDO AO ÓTIMO "CLOSER - Perto demais", me veio à lembrança um poema chamado "Salvação", de Nei Duclós, que tem um verso bonito que diz: "Nenhuma pessoa é lugar de repouso". Volta e meia este verso me persegue, e ele caiu como uma luva para a história que eu acompanhava dentro do cinema, em que quatro pessoas relacionam-se entre si e nunca se dão por satisfeitas, seguindo sempre em busca de algo que não sabem exatamente o que é. Não há interação com outros personagens ou com as questões banais da vida. É uma egotrip que não permite avanço, que não encontra uma saída - o que é irônico, pois o maior medo dos quatro é justamente a paralisia, precisam estar sempre em movimento.
Eles certamente assinariam embaixo: nenhuma pessoa é lugar de repouso. Apesar dos diálogos divertidos, é um filme triste. Seco. Uma mirada microscópica sobre o que o terceiro milênio tem a nos oferecer: um amplo leque de opções sexuais e descompromisso total com a eternidade - nada foi feito pra durar.

Quem não estiver feliz, é só fazer a mala e bater a porta. Relações mais honestas, mais práticas e mais excitantes. Deveria parecer o paraíso, mas o fato é que saímos do cinema com um gosto amargo na boca. Com o tempo, nos tornamos pessoas maduras, aprendemos a lidar com as nossas perdas e já não temos tantas ilusões. Sabemos que não iremos encontrar uma pessoa que, sozinha, conseguirá corresponder 100% a todas as nossas expectativas sexuais, afetivas e intelectuais. Os que não se conformam com isso adotam o rodízio e aproveitam a vida. Que bom, que maravilha, então deveriam sofrer menos, não? O problema é que ninguém é tão maduro a ponto de abrir mão do que lhe restou de inocência. Ainda dói trocar o romantismo pelo ceticismo, ainda guardamos resquícios dos contos de fada. Mesmo a vida lá fora flertando descaradamente conosco, nos seduzindo com propostas tipo "leve dois, pague um", também nos parece tentadora a idéia de contrariar o verso de Duclós e encontrar alguém que acalme nossa histeria e nos faça interromper as buscas.

Não há nada de errado em curtir a mansidão de um relacionamento que já não é apaixonante, mas que oferece em troca a benção da intimidade e do silêncio compartilhado, sem ninguém mais precisar se preocupar em mentir ou dizer a verdade. Quando se está há muitos anos com a mesma pessoa, há grande chance de ela conhecer bem você, já não é preciso ficar explicando a todo instante suas contradições, seus motivos, seus desejos. Economiza-se muito em palavras, os gestos falam por si. Quer coisa melhor do que poder ficar quieto ao lado de alguém, sem que nenhum dos dois se atrapalhe com isso? Longas relações conseguem atravessar a fronteira do estranhamento, um vira pátria do outro. Amizade com sexo também é um jeito legítimo de se relacionar, mesmo não sendo bem encarado pelos caçadores de emoções.
Não é pela ansiedade que se mede a grandeza de um sentimento. Sentar, ambos, de frente pra lua, havendo lua, ou de frente pra chuva, havendo chuva, e juntos fazerem um brinde com as taças, contenham elas vinho ou café, a isso chama-se trégua. Uma relação calma entre duas pessoas que, sem se preocuparem em ser modernos ou eternos, fizeram um do outro seu lugar de repouso.
Preguiça de voltar à ativa? Muitas vezes, é. Mas também, vá saber, pode ser Amor.

Martha Medeiros - Jornal O Globo - 20/02/2005

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Dedico este post as minhas Mulheres, Meninas,Garotas & Amigas Conspícuas
(Karise, Joziani,Carla,Sheila,Fernanda & Ariane)
Love you all forever!
Boo

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sábado, 1 de março de 2008

Março...Mulher...Martha...


Mês de Março sem dúvidas é o mês da Mulher.


E não pode faltar Martha Medeiros....Gosto muito dessa mulher, garota, menina, poeta, artista que com bastante maestrismo chega aos corações de leitoras e leitores de todo o Brasil.
Vou tentar durante esse mês colocar aqui algumas de suas crônicas já publicadas que eu adoro.
E que neste mês nos lembremos que devemos SEMPRE, durante dos os meses e anos da vida que a Mulher é uma jóia valiosa, e precisa ser tratada com respeito, amor, carinho e dignidade!
PARABÊNS A TODAS AS MULHERES E HOMENS QUE DÃO VALOR A ESSE SER HUMANO ÚNICO!
Um beijo enorme, doce e caloroso à todos vocês!
Fran
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DO SEU JEITO


"IVE LIVED A LIFE THAT'S FULL/I'VE traveled each and every highway/But more, much more than this/I've lived it my way".


Este é um verso de "My way", canção que foi imortalizada por Frank Sinatra e que também foi gravada pelo Sex Pistols e por Nina Hagen. É a história de um cara que viajou, amou, riu e chorou como todo mundo, mas fez isso do jeito dele. Numa sociedade cada vez mais padronizada, esta letra deveria virar hino nacional. Abro revistas e encontro fórmulas prontas de comportamento: como ser feliz no casamento, como ter uma trajetória de sucesso, como manter-se jovem. Resolve-se a questão com meia dúzia de conselhos rápidos.

Para ser feliz no casamento, todo mundo deve reinventar a relação diariamente. Para ter uma trajetória de sucesso, todo mundo deve ser comunicativo e saber inglês.

Para manter-se jovem, todo mundo deve parar de fumar e beber.


Todo mundo quem, cara pálida? Todo mundo é um conceito abstrato, uma generalização. Ninguém pode saber o que é melhor para cada um .


Fórmulas e tendências servem apenas como sinalizadores de comportamento, mas para conquistar satisfação pessoal pra valer, só vivendo do jeito que a gente acha que deve, estejamos ou não enquadrados no que se convencionou chamar "normal".

O casamento é a instituição mais visada pelas "fórmulas que servem para todos". Na verdade, todos convivem com o casamento desde a infância. Nossos pais são ou foram casados, e por isso acreditamos saber na prática o que funciona e o que não funciona. Só que a prática era deles, não nossa. A gente apenas testemunhou, e bem caladinhos. Ainda assim, a maioria dos noivos diz "sim" diante do padre já com um roteiro esquematizado na cabeça, sabendo exatamente os exemplos que pretende reproduzir de seus pais e os exemplos a evitar. Porém, não tiveram os mesmos pais, e nada é mais diferente do que a família do vizinho. Curto-circuito à vista. É mais fácil imitar, seguir a onda, fazer de um jeito já testado por muitos e, se não der certo, tudo bem, até reações de angústia e desconsolo podem ser macaqueadas, nossas dores e nossos medos muitas vezes são herdados e a gente nem percebe, amamos e sofremos de um jeito universal.


Agir como todo mundo é moleza. Bendito descanso pra cabeça: é uma facilidade terem roteirizado a vida por nós. Mas, cedo ou tarde, a conta vem, e geralmente é salgada.


Fazer do seu jeito - amores, moda, horários, viagens, trabalho, ócio - é uma maneira de ficar em paz consigo mesmo e, de lambuja, firmar sua personalidade, destacar-se da paisagem. Claro que não se deve lutar insanamente contra as convenções só por serem convenções - muitas delas nos servem e, se nos servem, nada há de errado com elas. Estão aí para facilitar nossa vida. Mas se não facilitam, outro jeito há de ter.


Um jeito próprio de ser alguém, em vez de simplesmente reproduzir os diversos jeitos coletivos de ser mais um.


Martha Medeiros - Jornal O Globo - 13/02/2005


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