quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Quer dar uma espiadinha?

..."Então espie o que está acontecendo à nossa volta "...e sem câmeras e luzes...AÇÃO.

O progama BBB (Big Bosta Brasil) está no ar!..=P

Não estou assistindo ao Big Brother, mas vi a chamada para o programa dia desses. Mostrava uma moça, uma das participantes, olhando pra câmera e dizendo com ar dramático: "Eu sou uma guerreira!!". É de dar nos nervos. Guerreira por quê? Porque está participando de um programa de televisão que vai levá-la, no mínimo, à capa da Playboy?
Guerreira porque foi escolhida entre milhões de candidatos para ficar comendo do bom e do melhor e jogando conversa fora com um monte de desocupados? As pessoas não têm culpa de serem burras, mas mereciam uma surra por se levarem tão a sério.
O Big Brother é um programa de tevê como outro qualquer e não defendo sua extinção, mas é preciso ficar atento a certos exageros. Por exemplo, é um exagero condenar o jornalista Pedro Bial por apresentá-lo, o cara está trabalhando, só isso. Por outro lado, ele perde a noção quando chama aquele pessoal de "nossos heróis". É o mesmo caso do "guerreira": a troco de que usar essas expressões graves e superlativas para falar de uma brincadeira televisiva onde todos sairão ganhando?O que irrita no Big Brother, mais do que sua inutilidade, é o fato de os participantes serem tratados como vítimas. Qual é?
Circula pela internet um arquivo PPS que, pela primeira vez na história dos PPS, me tocou. Ele mostra heróis de verdade: homens e mulheres que abrem mão do conforto de suas casas para fazer trabalho voluntário em aldeias na África e em clínicas móveis no Líbano. São pessoas que oferecem ajuda humanitária internacional através do programa Médicos sem Fronteiras e que não medem esforços para dar amparo e assistência a moradores de ruas e demais necessitados, seja no fim do mundo e ou aqui mesmo nas ruas do Brasil. Isso é heróico, isso é ser guerreiro, talvez nosso dever.
Quantos de nós, bem nascidos e bem criados, abrem mão de seus pequenos luxos para ajudar quem precisa? Quantos de nós colocaram como projeto neste ano de 2008 alguma ação voluntária de auxilio seja ela qual for?
Por isso, se você é da turma que liga pro Big Brother pra votar em paredões, pense melhor antes de erguer o telefone. Direcione sua ligação para um programa assistencial, gaste seu dinheiro com algo que realmente seja útil. Assista ao BBB, divirta-se e dê audiência, não há nada de errado com isso, mas cada vez que tiver o impulso de ligar pra tirar fulano ou sicrana do programa, se toque: tem gente mais necessitada precisando da sua ligação. O site do Unicef traz uma lista de entidades que você pode colaborar dando apenas um telefonema.

Quer dar uma espiadinha? Então espie o que está acontecendo à nossa volta.

Martha Medeiros_Guerreiras e Heróis_ 05 de fevereiro de 2008.

2 comentários:

Conspicuamenteconspícua disse...

Como toda certeza "Big Bosta Brasil", imagino eu que milhões de pessoas que estão por aí passando fome, entre outros tipos de necessidades latentes gostariam do ínfimo possível que lá é usado, desperdiçado, "suado", "batalhado".Brincar de confinamento por 3 meses no máximo, num conforto absurdo é fácil ,ser confinado na vida real todos os dias, aí é que são o elas.
Premiar "a guerreira", os "super-heróis' como o Bial enfatiza? Não, premiar a santa burrice imaculada, onde sei lá eu quantos, nos joguinhos do bem e do mal, usam de estratégias para vencer a todo custo, afinal todos ali precisam de R$ 1 milhão.
Uau! Viva o comodismo, viva a vida ganha de maneira fácil, viva a bestialidade cada vez maior!
Quanto ao restante que sequer tem peito de silicone, que sequer estampará uma playboy, ou não requisitará virar ator ou atriz após o tal dito "reality show" encerrar suas cortinas, esses estão aí, suando o pão nosso de cada dia!


ps.: Sempre textos brilhantes da Martha.

Pod papo - Pod música disse...

Eu também acho exagero chamar os participantes do Big Brother de guerreiros e heróis. Herói é o pai de família que trabalha duro para sustentar sua família com apenas 1 salário mínimo.

Beijos