sábado, 17 de novembro de 2007

QUARENTENA


Contrato de Quarentena

Todo mundo sabe que o presidente do Banco Central, ao deixar seu cargo, assina o compromisso de não aceitar por algum tempo nenhum posto em instituições financeiras privadas, até que as informações privilegiadas a que tinha acesso enquanto estava no poder deixem de ter importância e validade.

Uma maneira de baixar a bola e esfriar um tipo de atividade até poder começar outra sem ranços e sem rabo preso.

Pois casais deveriam fazer o mesmo quando se separam e um dos dois arranja um novo amor.
Pior do que sobrar e ficar no desamparo é saber que o seu (ou sua) ex está circulando pelos lugares da cidade que costumavam ir juntos e, horror dos horrores, freqüentando imediatamente a casa dos melhores amigos do antigo casal. Ai é demais! A pessoa se sente duplamente traída e abandonada.

Amigos para valer podem perfeitamente explicar que preferem não receber em casa os recém-namorados para não magoar o solitário, deixando claro que não se trata de uma censura, mas apenas de um tempinho para que as cicatrizes se curem. Uma espécie de quarentena amorosa para que as coisas se acalmem. O que custa ao novo par ficar um pouco na retaguarda, manter a discrição até a outra parte se sentir mais apta a encarar sua nova condição? Se os presidentes do Banco Central agüentam a quarentena, por que os pombinhos não hão de poder?.
Glória Kalil

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