terça-feira, 14 de outubro de 2008

Sustentabilidade. Onde????.....

A questão é como preservar e ao mesmo tempo dar satisfação aos acionistas que querem o crescimento econômico.

Fala-se muito em crescimento sustentável. Mas o que vem a ser isso, exatamente?
No dicionário econômico, quer dizer “criar um modelo econômico capaz de gerar riqueza e bem-estar ao mesmo tempo que promove a união social impede a destruição da natureza”. Portanto, crescer sustentavelmente, na teoria, coloca na berlinda o atual modelo de produção e consumo. De maneira curta e grossa, crescimento de forma “sustentável” atrapalha o desenvolvimento econômico imediato. As forças do mercado, livres, leves e soltas, não garatem a não-destruição dos recursos naturias e do meio ambiente.

Interessante relatório encomendado pela confederação Britânica da Indústria denominado “Mudanças Climáticas: Um Assunto de Todos” propõe um minucioso roteiro sobre como construir uma economia de baixo carbono. Técnicos avaliaram os benefícios e custos de diferentes opções rumo à redução das emissões de gases em duas etapas: 2030 e 2050. Custo? Em alguns lugares, gasta-se US$ 1 para evitar uma tonelada de carbono. Em outros, US$ 1 mil. E como a natureza não sabe qual a diferença, as opções dos ingleses seguiram a racionalidade custo-benefício, chegando a um total de 1% do PIB mundial.

A Inglaterra é responsável por 2% das emissões globais, não incluindo ai o montante poluidor de empresas inglesas instaladas pelo mundo. Brasil? Quatro por cento do total e ainda sem plano implementado. Como fazer o país crescer de maneira sustentável e dar, simultaneamente, retorno aos acionistas do mundo capitalista, como o Reino Unido parece estar fazendo?
Pergunta difícil. É fato que o desmatamento da Amazônia não pode continuar. Quase um quinto da vegetação original já desapareceu, metade dissos últimos 20 anos. Mas também é fato qua não há como simplesmente sair em defesa do verde abominando o capital. Na verdade, capital e ambientalistas devem procurar uam forma de trabalhar em uníssono.

Para dar o salto econômico necessário, o Brasil não pode abrir mão de seu potencial agropecuário ou de investir na geração de energia. Tampouco pode destruir um bioma que é ao mesmo tempo patrimônio nacional e um foco de interesse internacional. Cabe ao governo fazer esta mediação e regulação.

Sonia Racy é colunista de ‘O Estado de S. Paulo e da rádio Eldorado.
Seu e-mail é sonia.racy@grupoestado.com.br

Fonte de pesquisa: Revista_ TAM nas nuvens ano 01 n:10_Outubro 2008.


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