Richard M. Locke, professor de empreendedorismo no MIT Sloan School of Management e professor do departamento de ciência política do MIT, ajudou a liderar o desenvolvimento do Laboratory for Sustainable Business (Laboratório de Negócios Sustentáveis - S-Lab) do MIT Sloan, que investiga em sala de aula questões de gestão sustentável, bem como coloca os alunos dentro de empresas que estão abordando desafios em sustentabilidade em todas as frentes. Sua própria investigação atual centra-se na melhoria das normas ambientais e trabalhistas nas cadeias de fornecimento globais.
Agenda Sustentável: Para líderes e gestores, o que você acha que significa "sustentabilidade"?
Richard Locke: Nós não temos uma definição comum sobre isso ainda. Ouço duas definições diferentes, nos círculos em que convivo. Uma delas é de fãs da sustentabilidade, em termos ambientais: dizem que temos de preservar e conservar o ar, a água e recursos naturais ou estaremos em desequilíbrio, minando a capacidade terrestre em suster a vida humana.
A outra concepção é realizada por pessoas que pensam basicamente da sustentabilidade como uma ameaça - geralmente uma iminente ameaça de regulamentação fiscal do carbono. Então, muitas dessas pessoas pensam na sustentabilidade apenas como algo que será mau para os negócios, em vez de pensar nela como uma oportunidade de negócio. Algo que tenho certeza que é.
AS: Então, você acha a definição importante – precisamos estabelecer um consenso sobre o que falamos, quando abordamos sustentabilidade?
RL: Sim. Temos de ter certeza que, se nos preocupamos com o meio ambiente, estamos também atentos às pessoas e à dimensão social da sustentabilidade. Eles devem andar de mãos dadas, e não apenas nos países industriais avançados, mas especialmente no mundo em desenvolvimento. Se você não combinar as duas coisas, é um problema.
AS: O que desencadeará um novo foco nas estratégias de gestão relacionadas à sustentabilidade, nas organizações? Muitas vezes vemos todos os tipos de mudanças impulsionadas apenas porque um CEO torna aquilo uma religião – isso acontecerá, nesse caso?
RL: Bem, além da pressão governamental por causa de regulamentações, haverá a pressão dos consumidores. Todas as pesquisas e experiências em bens de consumo, quer trate de certificação de fair trade, parecem sugerir que as pessoas realmente valorizam essas coisas.
Penso que haverá grande pressão também de dentro das próprias empresas – não de um CEO missionário, mas de alguns dos gerentes funcionais. Minha teoria é que serão alguns grupos da periferia, geralmente de nível médio, que encontrarão a solução para problemas reais. Eles mostrarão que a sustentabilidade funciona, e então podem começar a difundi-la. E então será acatado pelo conselho. Eu acho que raramente esta é uma ação do topo para a base.
AS: É possível correlacionar sustentabilidade e vantagem competitiva?
RL: Claro. Eficiência (custos unitários mais baixos), qualidade, confiabilidade – geralmente esses atributos "positivos" das empresas caminham lado a lado, dirão os gestores. Agora pense sobre sustentabilidade. Se as empresas são boas no desenvolvimento de sistemas que lidam com saúde e segurança, e/ou no tratamento de resíduos e água, e/ou na concepção de formas inovadoras para reduzir o consumo de energia, e assim por diante, costumam agir em conjunto com a sua forma de fazer negócios. Em outras palavras, as empresas precisam pensar profundamente sobre como estabelecer diferentes sistemas de gestão que promovam práticas empresariais sustentáveis mais eficientes e inovadoras ou que diferencie seus produtos e serviços no mercado.
A sustentabilidade torna-se um agente para a gestão da qualidade. Esta é uma maneira rápida de outros, sejam clientes ou potenciais parceiros, obterem informações sobre fornecedores ou qualquer outro parceiro da cadeia de valor e que tipos de sistemas possuem. E isso faz sentido para mim, completamente.
AS: Quais são os impedimentos para avançar? O que as empresas e os gestores têm de ultrapassar para “fazer acontecer” na área da sustentabilidade?
RL: A primeira coisa a combater são os seus próprios pressupostos, seu próprio modelo mental, pensar se adotar esta causa será um custo extra ou um impulso nos negócios. Especialmente agora, durante esse período de crise financeira e diminuição de demanda, podem dizer: "Olha, já temos dificuldades para manter nossos números. Não nos peça para fazer qualquer investimento."
Mas agora é um ótimo momento para que as empresas revejam sua forma de encarar a sustentabilidade e no que estão fazendo, para ver as oportunidades de redução no consumo e mudar a maneira como fazem as coisas. Será a economia de custos que os impelirá para o próximo esforço de crescimento. No final, penso que os esforços para agir na direção a questões de sustentabilidade serão o verdadeiro estímulo para a inovação – este é um impacto que vejo claramente, no curto prazo. Mas os líderes e gestores ainda precisam ser convencidos de que é possível.
[Esse artigo é o último de uma série de entrevistas do Sloan Management Review"s Sustainability Initiative do MIT, publicadas na GreenBiz.com. É uma adaptação de "Sustainability as Fabric — and Why Smart Managers Will Capitalize First" (Sustentabilidade como Tecido - e Por quê gestores inteligentes terão retorno primeiro) que apareceu originalmente no MIT Sloan Management Review, na edição de Janeiro de 2009. ]© Massachusetts Institute of Technology, 2009. Todos os direitos reservados.]
Fonte: Agenda Sustentável (http://www.agendasustentavel.com.br/)
HSM Online27/05/2009
Fonte: http://br.hsmglobal.com/notas/52677-em-primeiro-lugar-sustentabilidade-
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terça-feira, 2 de junho de 2009
segunda-feira, 16 de março de 2009
Você faz parte do planeta ou do problema?
"Na preservação do meio ambiente, ou você faz parte da solução, ou você faz parte do problema".
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Não é preciso ser ativista, verde ou ecologista. O importante é gostar mais de você mesmo.
Conheça a realidade do consumo doentio que este filme retrata.
Ambientalista Annie Leonard explica como funciona o sistema linear do capitalismo, e como isso prejudica o planeta.
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terça-feira, 10 de março de 2009
Surfando na onda verde
A primeira diz respeito ao sentimento de que os limites do planeta - e a ascendente noção de escassez versus a utopia decadente da abundância - acabarão por restringir operações de negócio, redesenhar mercados e ameaçar a qualidade de vida das pessoas. Ninguém bem
Sobre a água, muitas vezes desperdiçada por senhoras paulistanas que insistem em usar a mangueira para varrer calçadas, nunca é demais lembrar: um quinto da população mundial não têm acesso a ela potável e limpa. O relatório Estado dos Negócios Verdes 2009, da Green Biz, destacado em matéria desta página, aponta que a água será o carbono do século XXI. Trata-se de recurso estratégico para os processos e produtos de empresas cuja gestão exigirá crescente eficiência. Em alguns lugares do mundo, ela já custa mais do que a gasolina. Sua previsível falta poderá inclusive ser foco de conflitos, a ponto de reordenar o mapa geopolítico internacional.
E o que dizer do ar de qualidade, uma commodity ambiental importante para a vida humana, posta em xeque nos grandes centros urbanos. Pesquisa divulgada pela Faculdade de Medicina da USP, na semana passada, conferiu verdade científica ao que já se sabia: a poluição produzida pelos 9 milhões de carros da região metropolitana de São Paulo agrava doenças cardiorrespiratórias que matam 20 pessoas por dia. Há cinco anos, eram 12 pessoas. Três vezes mais tóxico que o limite estabelecido pela Organização Mundial da Saúde, o ar poluído da maior cidade da América do Sul custa R$ 334 milhões anuais com internações.
Do clima nada estável muito se tem dito. E pouco se tem feito. Ao anunciarem em 2007 o aquecimento global e as suas razões humanas, os cientistas do Painel Intergovernamental de
A expansão da onda verde nada mais é do que uma resposta de adaptação darwiniana ao quadro de escassez. E um contraponto necessário ao modelo econômico que chegou numa encruzilhada. É urgente repensar novos modos de extrair-produzir-descartar. As empresas líderes já compreenderam esse imperativo e estão se mexendo. A bolha da era industrial estourou. É o fim da mentalidade do ou/ou, do tipo ou se produz muito para gerar desenvolvimento ou se é sustentável.
Urgente também é abolir o pensamento industrial do século 19 de que os recursos abundantes da natureza estarão sempre disponíveis para servir de insumos aos mercados. Tornou-se imprescindível aprender a consumir de modo responsável.
É esse justamente o cerne da segunda fonte de pressão da onda verde. Filhos de uma ética fundamentada no conceito da interdependência, há cada vez mais indivíduos sensíveis e atentos às questões socioambientais, prontos a cobrar de empresas compromissos e práticas sustentáveis. Em todos os lugares do mundo. Até mesmo nos EUA, cujo modelo de consumo, historicamente perdulário, costuma-se atribuir boa parte da dívida para com a Terra. Sociólogos daquele país estão debruçados sobre um fenômeno, conhecido como Cultural Creatives, que se caracteriza pela notável ascensão de um grupo cada vez maior de americanos com valores menos conservadores, fora do tradicional padrão egocêntrico de ser e de viver. Eleitores de Barak Obama, eles são ambientalistas, feministas, defensores de direitos civis, da paz e da justiça social, adeptos de alimento orgânico, da espiritualidade e de cuidados alternativos com a saúde.
O movimento já conta com 70 milhões de indivíduos. Especialistas acreditam que ele já represente para a civilização ocidental o mesmo que a Renascença foi para a idade média na Europa. Eis uma boa notícia para se comemorar em tempos de crise de dinheiro e de valores.
Gazeta Mercantil por Ricardo Voltolini - Publisher da revista Ideia Socioambiental e diretor de Ideia Sustentável: Estratégia e Conhecimento em Sustentabilidade
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domingo, 26 de outubro de 2008
.Balada Ecológica.
Casa noturna recém-inaugurada em Londres inova com pista de dança capaz de transformar movimentos em energia elétrica
"Dance para salvar o mundo". Esse é o lema do Bar Surya, a primeira casa noturna ecológica do mundo, inaugurada recentemente em Londres. Mas a frase não é apenas um slogan. Sessenta por cento da eletricidade que movimenta o local é gerada a partir da agitação dos freqüentadores, que quando dançam pressionam geradores instalados na pista.Mas essa não é a única medida tomada pelo bar em prol da preservação do meio ambiente. A iluminação é de baixa voltagem, o vinho servido é orgânico e um sistema de reaproveitamento da água da chuva é usado nos banheiros. Mais. Todos os copos usados são de policarbonato e os materiais em vidro, plástico, metal e papel são reciclados. A decoração da casa também segue ditames ecológicos: as mesas são feitas de revistas, as paredes decoradas com telefones antigos e até uma banheira deu origem ao sofá. Mas, um dos maiores atrativos, no entanto, leva a ecologia para o bolso dos adeptos da balada verde: a entrada é gratuita para quem comprovar que chegou lá andando, de bicicleta ou por meio do transporte público. Quem for de carro, poluindo as ruas de Londres, tem de pagar 10 libras para entrar. Por trás do empreendimento está o empresário Andrew Charalambous, criador do personagem-mascote da Fundação Club4Climate, idealizadora do bar verde. Batizado de Dr. Earth, o personagem é uma figura careca, sempre de terno claro, voz mansa e olhar penetrante. "Só temos um planeta, somente uma chance. Por isso, vamos dançar para melhorar o clima", apregoa, na mensagem de boas vindas do site. De acordo com ele, a estratégia é usar a balada sustentável para estimular a conscientização ambiental na galera jovem.
Segundo a organização, há planos para expandir a idéia a outros países, em lugares como Nova York, Cidade do Cabo e até o Rio de Janeiro. O site do Club4Climate também anuncia para 2010 a inauguração de um destino turístico nos mesmos moldes ecológicos. Como a organização não revela detalhes quanto à localização, tudo que se sabe é que o projeto envolve uma ilha paradisíaca "sexy e eco-amigável, onde será possível salvar o mundo descansando e tomando drinks na beira da piscina". Também está nos planos do Surya (nome dado em homenagem ao Deus do Sol Hindu) doar a energia excedente para os moradores, sendo o primeiro negócio a fornecer energia de graça. Hoje, uma parte dos lucros é doada a instituições ambientais e os visitantes recebem, de brinde, bolsas recicladas para substituir as famigeradas sacolinhas de plástico.
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terça-feira, 14 de outubro de 2008
Sustentabilidade. Onde????.....
A questão é como preservar e ao mesmo tempo dar satisfação aos acionistas que querem o crescimento econômico.

A Inglaterra é responsável por 2% das emissões globais, não incluindo ai o montante poluidor de empresas inglesas instaladas pelo mundo. Brasil? Quatro por cento do total e ainda sem plano implementado. Como fazer o país crescer de maneira sustentável e dar, simultaneamente, retorno aos acionistas do mundo capitalista, como o Reino Unido parece estar fazendo?
Pergunta difícil. É fato que o desmatamento da Amazônia não pode continuar. Quase um quinto da vegetação original já desapareceu, metade dissos últimos 20 anos. Mas também é fato qua não há como simplesmente sair em defesa do verde abominando o capital. Na verdade, capital e ambientalistas devem procurar uam forma de trabalhar em uníssono.
Para dar o salto econômico necessário, o Brasil não pode abrir mão de seu potencial agropecuário ou de investir na geração de energia. Tampouco pode destruir um bioma que é ao mesmo tempo patrimônio nacional e um foco de interesse internacional. Cabe ao governo fazer esta mediação e regulação.
Sonia Racy é colunista de ‘O Estado de S. Paulo e da rádio Eldorado.
Fala-se muito em crescimento sustentável. Mas o que vem a ser isso, exatamente?
No dicionário econômico, quer dizer “criar um modelo econômico capaz de gerar riqueza e bem-estar ao mesmo tempo que promove a união social impede a destruição da natureza”. Portanto, crescer sustentavelmente, na teoria, coloca na berlinda o atual modelo de produção e consumo. De maneira curta e grossa, crescimento de forma “sustentável” atrapalha o desenvolvimento econômico imediato. As forças do mercado, livres, leves e soltas, não garatem a não-destruição dos recursos naturias e do meio ambiente.
Interessante relatório encomendado pela confederação Britânica da Indústria denominado “Mudanças Climáticas: Um Assunto de Todos” propõe um minucioso roteiro sobre como construir uma economia de baixo carbono. Técnicos avaliaram os benefícios e custos de diferentes opções rumo à redução das emissões de gases em duas etapas: 2030 e 2050. Custo? Em alguns lugares, gasta-se US$ 1 para evitar uma tonelada de carbono. Em outros, US$ 1 mil. E como a natureza não sabe qual a diferença, as opções dos ingleses seguiram a racionalidade custo-benefício, chegando a um total de 1% do PIB mundial.
No dicionário econômico, quer dizer “criar um modelo econômico capaz de gerar riqueza e bem-estar ao mesmo tempo que promove a união social impede a destruição da natureza”. Portanto, crescer sustentavelmente, na teoria, coloca na berlinda o atual modelo de produção e consumo. De maneira curta e grossa, crescimento de forma “sustentável” atrapalha o desenvolvimento econômico imediato. As forças do mercado, livres, leves e soltas, não garatem a não-destruição dos recursos naturias e do meio ambiente.
Interessante relatório encomendado pela confederação Britânica da Indústria denominado “Mudanças Climáticas: Um Assunto de Todos” propõe um minucioso roteiro sobre como construir uma economia de baixo carbono. Técnicos avaliaram os benefícios e custos de diferentes opções rumo à redução das emissões de gases em duas etapas: 2030 e 2050. Custo? Em alguns lugares, gasta-se US$ 1 para evitar uma tonelada de carbono. Em outros, US$ 1 mil. E como a natureza não sabe qual a diferença, as opções dos ingleses seguiram a racionalidade custo-benefício, chegando a um total de 1% do PIB mundial.
A Inglaterra é responsável por 2% das emissões globais, não incluindo ai o montante poluidor de empresas inglesas instaladas pelo mundo. Brasil? Quatro por cento do total e ainda sem plano implementado. Como fazer o país crescer de maneira sustentável e dar, simultaneamente, retorno aos acionistas do mundo capitalista, como o Reino Unido parece estar fazendo?
Pergunta difícil. É fato que o desmatamento da Amazônia não pode continuar. Quase um quinto da vegetação original já desapareceu, metade dissos últimos 20 anos. Mas também é fato qua não há como simplesmente sair em defesa do verde abominando o capital. Na verdade, capital e ambientalistas devem procurar uam forma de trabalhar em uníssono.
Para dar o salto econômico necessário, o Brasil não pode abrir mão de seu potencial agropecuário ou de investir na geração de energia. Tampouco pode destruir um bioma que é ao mesmo tempo patrimônio nacional e um foco de interesse internacional. Cabe ao governo fazer esta mediação e regulação.
Sonia Racy é colunista de ‘O Estado de S. Paulo e da rádio Eldorado.
Seu e-mail é sonia.racy@grupoestado.com.br
Fonte de pesquisa: Revista_ TAM nas nuvens ano 01 n:10_Outubro 2008.
Fonte de pesquisa: Revista_ TAM nas nuvens ano 01 n:10_Outubro 2008.
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segunda-feira, 29 de setembro de 2008
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